quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Ajusto-me a mim, não ao mundo


"Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso responde-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos: o dos meus pais, o mundo da guerra, o da política. Tive de criar o meu, como se cria um determinado clima, um país, uma atmosfera onde eu pudesse respirar, dominar e me recriar a cada vez que a vida me destruísse. Esta é a razão de toda obra de arte.”


Anaïs Nin nasceu em Paris em 1903, filha de Joaquim Nin, compositor e pianista espanhol, e de Rosa Cumell, cantora de origem dinamarquesa e francesa que renunciou à carreira para seguir o marido por toda a aEuropa e criar os filhos. A família viveu em uma atmosfera de viagens, concertos e amizades com músicos célebres. Quando Anaïs tinha nove anos, os pais se separaram, e a mãe levou os filhos para Nova York. Anaïs retornou a Paris alguns anos mais tarde e, em 1932, publicou seu primeiro livro, D. H. Lawrence: um estudo não profissional, primeiro trabalho no gênero, sobre o autor de O amante de Lady Chatterley.
Com a deflagração da segunda guerra mundial, a autora retornou aos Estados Unidos e, para sobreviver, começou a escrever literatura erótica a um dólar por página. Estas histórias estão hoje reunidas nos livros Delta de Vênus e Passarinhos.
Sobre a vida da autora o mais indicado seria seu próprio diário: Henry, June e Eu, um relato único de uma relação erótico-intelectual, um exame surpreendente sobre a vida turbulenta de seres humanos (expoentes de mundos afetivos extremos).
Abrindo lugar a alguns pensamentos, um dos primeiros, mais tarde publicado como capa de seu diário, onde ela fala das descobertas, das buscas, das fronteiras vivenciais ao mesmo tempo sutis e drásticas: "Este diário retrata a doçura e o processo doloroso através do qual me tornei mulher".


"Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos".

"A nossa vida em grande parte compõe-se de sonhos. É preciso ligá-los à ação".

"O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor".

"A única anormalidade é a incapacidade de amar".

"É monstruoso dizer-se que o artista não serve a humanidade. Ele foi os olhos, os ouvidos, a voz da humanidade. Sempre foi o transcendentalista que passava a raios X os nossos verdadeiros estados de alma".

"O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia".


Um comentário:

Unknown disse...

Sempre gostosos os temas e personalidades que aborda.. Leio Anaïs, cabeçeira de cama, gostaria de trocar mais informações sobre essa grande mulher.