quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sobre a história


A construção do eu


Tomando a idade média como ponto de partida, não havia diferenciação entre os servos. O poder era fragmentado, e o rei não tinha domínio absoluto sobre o seu reinado, sendo que o poder político encontrava-se dividido entre os senhores feudais e a Igreja. A igreja tinha um grande poder de influência espiritual, juntamente com a manipulação em conformar os servos na sua total condição de subordinação e deveres.
Nos séculos finais que seguiram a Idade Média, uma série de fatores desencadearam crises no sistema feudal, entre eles a expansão do comércio, a industrialização, juntamente ao desmoronamento da igreja católica, que agora já não exercia o poder absoluto sobre o homem - estamos a caminho do Renascimento – indivíduos livres, independentes, donos do próprio destino.

Os artistas exteriorizavam em suas obras os ideais de valores de uma visão de mundo da nova sociedade que emergia da crise medieval.O Renascimento opunha- se ao misticismo, ao coletivismo, e ao teocentrismo. Era o racionalismo expresso na convicção de que tudo poderia ser explicado pela razão e observação da natureza.

A descoberta de que não éramos predestinados a um caminho traçado, o encontro com a diversidade e que cada um poderia fazer por si, fez com que o homem se defrontasse com o que mais tarde seria motivo de todas as suas angustias - deu a ele a liberdade, a responsabilidade e a indecisão das próprias escolhas. O homem não tem mais no que confiar, no que acreditar, perdeu a crença no seu referencial (a igreja).
Junto ao renascimento, o mercantilismo se desenvolvia fixando estruturas para o desenvolvimento do capitalismo e salientava a essa ideologia a visão de um ser racional e individual.

O ápice da racionalidade continua também no Iluminismo, (bem como o Renascimento), não aceitando que algo externo determinasse as ações do homem, pois esse controlava a natureza, buscava uma autonomia da razão, o fim das supertições tão características do antigo regime. A fé em Deus foi abalada, mas não perdida por completo, ele agora aparecia no início do mundo como seu criador, e no final como seu juíz.
O que temos então, é uma concepção da subjetividade colada a da individualidade, construída na aliança do Estado Moderno com as classes burguesas em ascensão, sustentada por um capitalismo emergente que define: “cada um vale pelo o que tem” e pelo que consegue acumular. A noção de interioridade se fortalece. A identidade já não é mais predestinada, agora passa a ser aquilo que define cada individualidade, aquilo que nos faz absolutamente diferente dos demais.


"idade moderna", essa racionalidade sustenta-se em "...uma afirmação da idéia de que as pessoas são indivíduos livres e, enquanto tais, indivisíveis, separados, independentes uns dos outros e donos de seus destinos" (Santi, 1998, p. 3). À partir do pressuposto da cisão entre sujeito e realidade, afirma-se o que Figueiredo (1991) denomina como "a experiência subjetiva privatizada", considerada pelo autor uma das condições para o advento da psicologia como ciência e profissão. A esta acrescenta-se uma segunda condição, a crise dessa experiência, resultante da constatação de que os homens não são assim tão livres e independentes.

Jane Estela Chaves




A construção do eu na modernidade – Da renascença ao séc XIX
Pedro Luis ribeiro de santi (PG-USP)

3 comentários:

Denise Arcoverde disse...

Jane, poderosa (e Maquiavélica???!!!), estou achando esse seu blog chiquérrimo!!!!!! continue assim... assim que tiver um gancho, vou digulgar lá no Síndrome.

Beijão, querida!

Denise Arcoverde disse...

Vixe... quis dizer "diVulgar"!!!

Jane Estela disse...

Nossa De, vindo de vc é bem mais que um elogio! Obrigadaaaaaaa!
Sabe que vc tem muito a ver com isso, que seu blog foi minha inspiração né? rs
obs: adorei o Maquiavélica... discipula de Maquiavel, por email já me chamaram de anti cristo hehehe, é isso!